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Como a tecnologia está revolucionando a manutenção urbana

23/05/2025

*Por Felipe Rezende

Buracos, papel e atraso. A cada instante, uma nova reclamação sobre infraestrutura urbana é registrada em alguma capital brasileira. O que isso revela? Que ainda estamos tentando cuidar das cidades com ferramentas do século passado.

Ou seja, o problema não é só o buraco. É o processo.

A gestão da manutenção urbana ainda é, em muitos lugares, reativa, lenta e analógica. Assim, um buraco na via, uma lâmpada apagada ou um bueiro entupido só viram prioridade quando o cidadão reclama.

Quando isso acontece, a prefeitura encaminha a demanda para a secretaria responsável, que gera uma ordem de serviço (muitas vezes em papel) e aciona uma equipe, geralmente terceirizada. Isso tudo sem rastreabilidade, sem controle e com alto risco de retrabalho. O resultado? População insatisfeita, recursos desperdiçados e serviços lentos.

Apesar desse cenário ainda ser comum em muitos municípios, algumas cidades brasileiras estão dando um passo à frente com soluções digitais que automatizam, organizam e priorizam ações de manutenção urbana.

Um novo jeito de cuidar da cidade

As novas plataformas tecnológicas têm revolucionado e aprimorado os processos de gestão no setor público. Veja algumas das principais características dessas soluções:

a. Plataformas integradas de gestão

Os sistemas recebem as solicitações automaticamente via canais de atendimento ao cidadão, como o tridígito 156. Essas informações passam por triagem, distribuição e acompanhamento em tempo real. As equipes de campo são, então, acionadas por aplicativo e a execução é documentada com fotos e geolocalização, eliminando falhas e reduzindo o uso de papel. Em Curitiba, o Sistema Integrado de Gestão da Manutenção Urbana - Sigmu Cidades é um claro exemplo disso.

b. Uso de Inteligência Artificial (IA)

A triagem com apoio de IA permite priorizar o atendimento com base em critérios técnicos. Assim, as demandas incompletas são automaticamente devolvidas para correção, evitando atrasos e gargalos.

c. Implantação de visão computacional e sensores

Veículos equipados com câmeras e sensores percorrem a cidade mapeando irregularidades como buracos e falhas na sinalização. Em seguida, as imagens são analisadas automaticamente, permitindo diagnósticos rápidos e ações corretivas sem necessidade de um chamado manual. Dessa forma, o processo se assemelha a ter um zelador urbano ativo 24 horas por dia.

d. Disponibilização de painéis de controle em tempo real

Gestores públicos agora têm acesso a dashboards com dados atualizados: tempo de resposta, volume de atendimentos, retrabalhos e muito mais — tudo facilitando a tomada de decisões baseada em evidências.

e. Mobilidade operacional

Equipes da prefeitura e prestadores de serviço utilizam dispositivos como celulares e tablets para receber ordens de serviço, registrar execuções e enviar atualizações. Isso reduz a burocracia e torna o processo mais ágil e transparente.

Resultados já visíveis

As cidades que adotaram as soluções citadas já estão colhendo benefícios concretos, como:

- Redução no tempo médio de atendimento;
- Melhoria na satisfação dos moradores;
- Economia com materiais e horas de trabalho;
- Aumento da transparência e eficiência na prestação de contas.

Tais ganhos demonstram que a transformação digital na manutenção urbana vai além da modernização dos sistemas: ela impacta diretamente a vida das pessoas.

O futuro é inteligente e começa agora

Visto que as novas tecnologias agregam inúmeros benefícios, a tendência é clara: a gestão pública está migrando para um modelo cada vez mais proativo, baseado em dados e impulsionado por tecnologias como big data, machine learning e Internet das Coisas (IoT). Nesse contexto, quem investir agora, sairá na frente.

Portanto, cidades bem administradas terão mais dados para tomar decisões acertadas, aplicando os investimentos de forma responsável e sustentável, melhorando a vida das pessoas e promovendo o crescimento inteligente dos seus territórios. Esse é o futuro da gestão pública e da manutenção urbana sendo revolucionado hoje, por meio da tecnologia.

 

*Felipe Rezende é coordenador de Sistemas Departamentais no Instituto das Cidades Inteligentes (ICI). Possui graduação em Tecnologia e Análise de dados pela Faculdade SPEI, formado em 1999, MBA Executivo em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas, concluído em 2010, Scrum Master Certified (SMC™) 2024, Product Master pela PM3, concluído em Fevereiro de 25, Product Marketing, Product Management, Product Leadership, Product Growth, Product Discovery e Product Analytics, intituição PM3, todos concluídos em 2024, além de uma sólida experiência em gestão de projetos.

Publicado originalmente na coluna do ICI no portal GazzConecta.

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