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Análise de Dados e Gestão Ágil em ambientes de manutenção de TI

18/07/2025

*Por Bernardo Ferreira

 

Em ambientes de tecnologia voltados à manutenção de computadores, impressoras e equipamentos eletrônicos, é comum que o foco principal esteja na solução técnica dos problemas. No entanto, à medida que os parques tecnológicos crescem e os fluxos de trabalho se intensificam, a gestão eficiente das demandas e a análise de dados operacionais tornam-se diferenciais estratégicos. 

Análise de Dados: o invisível que mostra o caminho 

Toda manutenção gera dados: tempos de atendimento, tipos de falhas, reincidências, equipamentos com maior índice de problema, SLA/OLA, peças mais trocadas, entre outros. O grande desafio é: estamos olhando para esses dados com atenção? 

Ao coletar e tratar essas informações, é possível: 

Identificar gargalos operacionais, como etapas do processo que mais atrasam entregas; 

Mapear falhas recorrentes em modelos específicos de equipamentos; 

Prever demandas com base em históricos (como aumentos de manutenção em determinados períodos); 

Gerar indicadores de performance da equipe técnica. 

Ou seja, a análise de dados permite transformar a operação de manutenção em algo proativo, e não apenas reativo. 

Gestão Ágil: leveza e adaptação na prática 

Ao contrário do que muitos pensam, a gestão ágil não se aplica apenas a equipes de desenvolvimento de software. Ela pode, e deve, ser adaptada a ambientes técnicos, como os de manutenção de TI. 

Podemos usar nossas listas de tarefas como apoio dentro de métodos ágeis. Elas funcionam como um ponto de partida para organizar o trabalho de forma mais visual e colaborativa. 

Exemplos: 

Um colaborador pode manter uma lista de tarefas pessoais para organizar suas atividades diárias; 

Uma equipe pode evoluir de uma simples lista para um quadro Kanban, com colunas que representem o fluxo real de trabalho. 

Essa é uma evolução natural da adoção do raciocínio ágil dentro de qualquer equipe multidisciplinar. 

O uso de práticas ágeis (como Kanban, Scrum ou ciclos de melhoria contínua inspirados no Kaizen) traz benefícios diretos: 

Melhor visualização do fluxo de trabalho, com priorização clara de tarefas; 

Feedbacks constantes entre todos; 

Maior engajamento da equipe, que passa a entender melhor o impacto do próprio trabalho; 

Redução de retrabalho, por meio de ciclos curtos de análise e ajustes. 

A integração dos dois mundos 

Quando combinamos dados bem analisados com gestão ágil bem aplicada, temos um cenário em que as decisões são baseadas em fatos, e as ações são rápidas, coordenadas e adaptáveis. 

Por exemplo: se os dados mostram que determinado modelo de impressora apresenta alta reincidência de problemas, podemos priorizar treinamentos ou orientações específicas, ajustar o estoque e reavaliar o tempo de bancada necessário para esse tipo de reparo, inclusive redimensionando a equipe, se necessário. 

Tudo isso dentro de um ciclo ágil de melhoria contínua. 

Conclusão 

Em um ambiente cada vez mais orientado por resultados, integrar tecnologia, dados e métodos de gestão é essencial para a excelência técnica. Mais do que “apenas consertar”, o setor de manutenção é um polo estratégico dentro da organização, contribuindo com eficiência, confiabilidade e inteligência operacional.

 

*Bernardo Ferreira é analista de Suporte Técnico no Instituto das Cidades Inteligentes (ICI). É graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e possui pós-graduação em Business Intelligence e Gestão de Projetos Ágeis.

Publicado originalmente na coluna do ICI no portal GazzConecta.

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